Os óculos do Papai Noel

Sem seus óculos, Papai Noel, uma das mais conhecidas figuras de representação do Natal, não conseguiria ler as cartinhas que recebe de crianças do mundo inteiro. No entanto, na origem histórica do “bom velhinho”, não existiam óculos – o que não fazia a menor diferença, porque, naquela época, as crianças também não sabiam escrever: a gênese de Papai Noel estaria relacionada a São Nicolau de Mira, um bispo cristão que viveu entre os séculos III e IV d.C. e usava a riqueza herdada da família para distribuir presentes entre os pobres, sobretudo para as crianças órfãs.

No entanto, existe uma lenda ainda mais antiga, em que Odin, o poderoso deus da crença nórdica, entregaria presentes durante a comemoração do solstício de inverno, também representado como um velhinho de longas barbas brancas, montado em um cavalo de 8 patas – qualquer semelhança com o Papai Noel “moderno” e suas renas não é mera coincidência.

A associação entre Odin e São Nicolau à figura do Papai Noel foi resultado da cristianização ocorrida no norte da Europa a partir do século X. Dali, a crença no Papai Noel (Santa Claus, em inglês) chegou à América do Norte através dos imigrantes holandeses que se estabeleceram em Nova Amsterdã, a atual Nova Iorque.

Já a representação moderna do Papai Noel é um produto direto da publicidade e da mídia de massa do Novo Mundo: o velhinho gorducho, de bochechas rosadas, vestido de vermelho, com óculos de arame dourado – acredite – foi criado para uma campanha publicitária da Coca-Cola, da década de 1930, de grande sucesso. Segundo a empresa, o ilustrador Haddon Sundblom foi encarregado de desenvolver imagens publicitárias que mostrassem o próprio Noel, e não um homem fantasiado. Para obter inspiração, Sundblom recorreu ao poema de Clement Clark Moore, de 1822, “A visit from St. Nicholas”, que evoca a imagem de um Papai Noel caloroso, amigável, gorducho e humano.

Papai Noel é isso aí!